Coluna de Fogo

... e de noite numa coluna de fogo para os iluminar...

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Gênesis - Capítulo 3

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  1. Ora, a serpente era mais astuta que todas as alimárias do campo que o SENHOR Deus tinha feito. E esta disse à mulher: É assim que Deus disse: Não comereis de toda a árvore do jardim?

  2. E disse a mulher à serpente: Do fruto das árvores do jardim comeremos,

  3. Mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, disse Deus: Não comereis dele, nem nele tocareis para que não morrais.

  4. Então a serpente disse à mulher: Certamente não morrereis.

  5. Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se abrirão os vossos olhos, e sereis como Deus, sabendo o bem e o mal.

  6. E viu a mulher que aquela árvore era boa para se comer, e agradável aos olhos, e árvore desejável para dar entendimento; tomou do seu fruto, e comeu, e deu também a seu marido, e ele comeu com ela.

  7. Então foram abertos os olhos de ambos, e conheceram que estavam nus; e coseram folhas de figueira, e fizeram para si aventais.

  8. E ouviram a voz do SENHOR Deus, que passeava no jardim pela viração do dia; e esconderam-se Adão e sua mulher da presença do SENHOR Deus, entre as árvores do jardim.

  9. E chamou o SENHOR Deus a Adão, e disse-lhe: Onde estás?

  10. E ele disse: Ouvi a tua voz soar no jardim, e temi, porque estava nu, e escondi-me.

  11. E Deus disse: Quem te mostrou que estavas nu? Comeste tu da árvore de que te ordenei que não comesses?

  12. Então disse Adão: A mulher que me deste por companheira, ela me deu da árvore, e comi.

  13. E disse o SENHOR Deus à mulher: Por que fizeste isto? E disse a mulher: A serpente me enganou, e eu comi.

  14. Então o SENHOR Deus disse à serpente: Porquanto fizeste isto, maldita serás mais que toda a fera, e mais que todos os animais do campo; sobre o teu ventre andarás, e pó comerás todos os dias da tua vida.

  15. E porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua semente e a sua semente; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar.

  16. E à mulher disse: Multiplicarei grandemente a tua dor, e a tua conceição; com dor darás à luz filhos; e o teu desejo será para o teu marido, e ele te dominará.

  17. E a Adão disse: Porquanto deste ouvidos à voz de tua mulher, e comeste da árvore de que te ordenei, dizendo: Não comerás dela, maldita é a terra por causa de ti; com dor comerás dela todos os dias da tua vida.

  18. Espinhos, e cardos também, te produzirá; e comerás a erva do campo.

  19. No suor do teu rosto comerás o teu pão, até que te tornes à terra; porque dela foste tomado; porquanto és pó e em pó te tornarás.

  20. E chamou Adão o nome de sua mulher Eva; porquanto era a mãe de todos os viventes.

  21. E fez o SENHOR Deus a Adão e à sua mulher túnicas de peles, e os vestiu.

  22. Então disse o SENHOR Deus: Eis que o homem é como um de nós, sabendo o bem e o mal; ora, para que não estenda a sua mão, e tome também da árvore da vida, e coma e viva eternamente,

  23. O SENHOR Deus, pois, o lançou fora do jardim do Éden, para lavrar a terra de que fora tomado.

  24. E havendo lançado fora o homem, pôs querubins ao oriente do jardim do Éden, e uma espada inflamada que andava ao redor, para guardar o caminho da árvore da vida.

 

Relacionamento com Deus, escolha nossa

O tipo de relacionamento que o homem, individualmente, tem com o Criador depende da escolha do próprio homem. A vida é, na verdade, uma caminhada na qual nos deparamos a uma série de opções.

A serpente

A serpente era um animal naturalmente ardiloso, astuto e, no sentido destas palavras, tinha inclinação para conduzir outros ao erro. Não haveria ferramenta melhor para que Satanás lançasse mão, em uma grande estratégia contra Deus e sua criação. Não é possível determinar exatamente se a serpente já falava naturalmente ou se o diabo a fez falar naquele momento, para este intento. Mas é bem claro que ela falou e, pelo fato de aquele animal já ser caracterizado por ardiloso, é fácil notar que, previamente, já havia alguma forma de comunicação entre os animais.

Distorção da Palavra

O diabo, fazendo uso da serpente, começou sutilmente, apenas distorcendo palavras. Depois partiu para uma sedução mais direta, fazendo uso da mentira. A mulher uniu esta falsa verdade à bela e desejável aparência do pecado. Por fim sucumbiu à tentação levando, levando consigo o homem, trazendo ambos sobre si a merecida recompensa por seus erros.

O medo do homem

O fato de sentirmos medo de Deus e termos, algumas vezes, uma imagem horrenda acerca do Criador está diretamente ligado ao fato de sermos pecadores e devedores dEle. Tememos, na verdade, a punição de Deus, e não propriamente Deus. Crescemos ouvindo frases do tipo “Papai do Céu castiga!”, associadas às peraltices infantis. Parece que trazemos as experiências vividas por Adão e Eva, por conta de nossas semelhanças, e esquecemos de pensar na beleza da criação de Deus, nas misericórdias quando nos estende a oportunidade de nos arrependermos, no amor pelo homem quando o coloca sobre todos os animais da terra, entre tantas outras maravilhas oriundas da essência Divina. Devemos lembrar que, mesmo após o erro do homem, Deus ainda tenta um contato direto com o homem, segundo a sua misericórdia, numa tentativa de manter o relacionamento com ele. O erro estava, na realidade, no homem, que não assumiu sua culpa e confirmou ali o seu distanciamento do criador. A forma punitiva de Deus, que foi conhecida a partir de um ato da serpente e, como tal, a visão que se tem de Deus vem, hoje, da nossa capacidade infalível de errar contra Ele e fugir desta responsabilidade.

A serpente foi tão bem sucedida, por permissão do homem, e continua o sendo, que conseguiu que saíssemos de um relacionamento íntimo e pessoal com Aquele que sabe de todas as coisas para uma vida distante da sabedoria, na escuridão do desconhecimento e no vazio interior.

De quem é a culpa?

No nosso dia a dia é fácil ver pessoas culpando outras pessoas, e difícil ver pessoas assumindo suas culpas. Nesses momentos conseguimos ver toda fascinação da nossa semelhança com nossos pais mais antigos. Com Adão e Eva aconteceu exatamente isso: a culpa é do outro! Primeiro Deus interpela Adão, que de pronto culpa Eva. Esta, por sua vez, culpa a serpente. E a serpente? Não tem a quem culpar, e recebe o primeiro castigo. Vale mencionar que, quando Adão diz “a mulher que me deste” ele, ousadamente, culpa também o próprio Deus, porque quem conjuga o verbo “dar” (deste) é o pronome tu, elipsado na frase. A mulher também dá sua desculpa espiritual, culpando o diabo, como muito hoje se faz, se esquivando de suas responsabilidades. E Deus segue com seus castigos, na sequência inversa: a mulher, depois o homem.

A sujeição da mulher ao homem é um castigo, semelhante a multiplicação das dores. O castigo veio nas suas principais funções na família, esposa e mãe, como bem menciona Moody em seu comentário. O castigo do homem também veio em uma área de honra: no trabalho e na força. A labuta do homem já não seria tão produtiva e sua força esvairia neste esforço. O homem passaria a se cansar, suando para obter seu sustento, caracterizando fraqueza no lugar da dignidade.

Adão e Eva definem o futuro das próximas gerações.

A Decisão de Adão e Eva contribuiu para a degradação de todas as gerações que viriam após eles. A ideia não é culpar Adão e Eva pelo fato de hoje morrermos, cansarmos ou termos dores de parto. Até mesmo porque, condenando-os, estaríamos fazendo o mesmo que eles fizeram, transferindo as nossas culpas. A questão é entendermos que no lugar deles, faríamos o mesmo, da mesma forma seríamos engodados pela serpente, porque temos a mesma natureza. Erraríamos do mesmo jeito e traríamos os mesmos castigos aos nossos próximos. Adão e Eva eram, na verdade, representantes da raça humana, nossos ancestrais mais antigos, nosso tronco comum, que erraram como erraríamos. De igual modo, nossas decisões hoje definem, em certa medida, o futuro de nossos descendentes. Se escolhemos servir a Deus, é muito provável que nossos filhos sigam este caminho. Se optamos por uma vida desregrada, desobediente, dando ouvidos à serpente, existirá grande probabilidade de encaminharmos nossos filhos para a perdição.

Conclusão

Como vemos no terceiro capítulo de Gênesis, temos escolhas. Podemos escolher obedecer a Deus e andarmos em tranquilidade de espírito, em comunhão com Ele, ou desobedecer seus preceitos, andarmos em pecado e distorcermos a visão do Criador, andando assim ignorantes, envergonhados e temerosos pelo futuro castigo que nos espera.

Vale entendermos também que, a partir do pecado, apesar de ter sido o homem destituído da Glória de Deus, é ali o início da busca de Deus em restabelecer o contato do homem com Ele, a partir de uma simples pergunta: “Onde estás?”.

 

Glauco Machado

 

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Centelha Diária

Gênesis 11.4

E disseram: Eia, edifiquemos nós uma cidade e uma torre cujo cume toque nos céus, e façamo-nos um nome, para que não sejamos espalhados sobre a face de toda a terra.

Quando os descendentes de Noé encontraram um local para habitar, deveriam ser gratos a Deus. Mas ao contrário disso, tiveram a “brilhante” ideia de desafiá-lO.

Queriam criar uma torre tão alta que tocasse o céu: uma posição de grandeza diante do próprio Deus; Queriam um nome célebre na terra: fama diante dos homens era o que queriam; Por fim, queriam se manter unidos: Independência de tudo e de todos era o desejo dos seus corações.

No lugar da humildade, escolheram o orgulho; no lugar da dependência, a autossuficiência; no lugar da vontade de Deus, escolheram suas próprias vontades.

No fim, o contrário do que esperavam foi o que conseguiram: foram espalhados e nem a mesma língua falavam mais. Não houve mais força, nem unidade, nem mesmo comunicação.

Há muito o homem tem se distanciado de Deus, buscando independência. Corações altivos os fazem se sobrepor aos outros. E o que vemos é um planeta de guerras e desentendimentos.

A Torre de Babel vem nos ensinar que a verdadeira unidade encontramos em Deus; a dependência a Ele é a melhor forma de termos as necessidades atendidas; e a humildade deve fazer parte do nosso convívio, diante dos homens e do Criador.

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