Áudio do Resumo da Aula 12
Segundo Reinado (1840-1889)
O Segundo Reinado foi o período da história do Brasil em que o país foi governado pelo imperador Dom Pedro II, desde sua coroação em 1840 até a Proclamação da República em 1889. Este período foi marcado por profundas transformações políticas, econômicas e sociais.
Contexto e Fases
O Segundo Reinado começou com o Golpe da Maioridade, que antecipou a maioridade de Dom Pedro II para que ele pudesse assumir o trono aos 14 anos. O período pode ser dividido em três fases principais:
Consolidação (1840-1850): Dom Pedro II estabeleceu seu poder e controlou as províncias rebeldes.
Auge (1850-1865): O poder do imperador era amplo e sua posição estava consolidada.
Declínio (1865-1889): Surgiram contestações contra a posição de Dom Pedro II e a economia do país não estava indo bem.
Política
A política do Segundo Reinado foi marcada pela presença de dois partidos principais: o Partido Liberal (luzias) e o Partido Conservador (saquaremas). Ambos defendiam ideias que favoreciam a elite econômica, mas diferiam em relação ao poder central, com os liberais lutando por mais autonomia provincial e os conservadores por mais centralização.
Economia
A economia do Segundo Reinado foi fortemente influenciada pelo cultivo do café, que se tornou o principal produto de exportação do Brasil. Houve um período de prosperidade conhecido como Era Mauá (1840-1860), durante o qual o país experimentou um crescimento significativo.
Abolição da Escravatura
A abolição da escravatura foi um dos marcos mais importantes do Segundo Reinado. A Lei Áurea, assinada em 1888, pôs fim à escravidão no Brasil, resultado de uma intensa mobilização popular e política.
Guerra do Paraguai
A Guerra do Paraguai (1864-1870) foi um conflito significativo durante o Segundo Reinado. O Brasil, junto com Argentina e Uruguai, lutou contra o Paraguai, resultando em uma grande perda de vidas e recursos.
Fim da Monarquia
O Segundo Reinado terminou com a Proclamação da República em 15 de novembro de 1889, quando militares liderados por Marechal Deodoro da Fonseca depuseram Dom Pedro II e proclamaram a República.
Áudio Completo da Aula 12
O SEGUNDO REINADO
O Segundo Reinado, período da história do Brasil governado pelo imperador Dom Pedro II desde sua coroação em 1840 até a Proclamação da República em 1889, foi um tempo de significativas transformações políticas, econômicas e sociais. Este era viu a consolidação do poder imperial, a emergência do café como principal produto de exportação, a abolição da escravatura com a Lei Áurea de 1888, e a participação brasileira na Guerra do Paraguai, que afetou profundamente o país. Marcado pela influência de dois partidos principais, liberais e conservadores, o período também enfrentou desafios internos, como revoltas provinciais e uma crescente demanda por reformas que culminaram na transição para a República. Dom Pedro II, conhecido por seu apoio às artes, ciências e educação, navegou por esses desafios até ser deposto em 1889, encerrando a era monárquica no Brasil.
Com a Maioridade de Dom Pedro II ele assume o trono aos 14 anos de idade e o período do seu reinado se divide em 3 fases:
1ª Fase: Consolidação (1840-1850)
Durante a fase de Consolidação (1840-1850), Dom Pedro II enfrentou o desafio de estabelecer seu poder e controlar as províncias rebeldes, como Minas Gerais, São Paulo e Rio Grande do Sul. Aos 14 anos, ele assumiu o trono através do Golpe da Maioridade, um movimento liderado pelos liberais para antecipar sua maioridade e garantir a estabilidade política do país. Dom Pedro II implementou uma política de parlamentarismo à avessas, onde ele nomeava os ministros de acordo com o apoio da Câmara dos Deputados, dissolvendo-a e convocando novas eleições quando necessário. Esse período também viu a pacificação das províncias e a consolidação do poder central, preparando o terreno para um período de maior estabilidade e crescimento econômico.
2ª Fase: Auge (1850-1865)
Durante a fase de auge do Segundo Reinado (1850-1865), o poder de Dom Pedro II era amplo e sua posição estava firmemente consolidada, marcando um período de grande estabilidade política e crescimento econômico no Brasil. Este período testemunhou a expansão das plantações de café, que se tornou o principal produto de exportação, impulsionando a economia nacional e atraindo investimentos estrangeiros. O desenvolvimento da infraestrutura também foi notável, com a construção de estradas de ferro e a modernização dos portos, facilitando o comércio interno e externo. Politicamente, o parlamento brasileiro, dominado pelos partidos Liberal e Conservador, operava sob o sistema de “parlamentarismo às avessas,” onde o imperador exercia grande influência na nomeação e dissolução de gabinetes ministeriais. Durante essa fase, a Guerra do Paraguai (1864-1870) começou, unindo temporariamente o país em torno de um esforço militar conjunto e reforçando o papel central do imperador na política externa. Este período de prosperidade também viu avanços culturais e educacionais, com Dom Pedro II incentivando a ciência, a arte e a educação, o que ajudou a projetar uma imagem de um monarca moderno e ilustrado.
3ª Fase: Declínio (1865-1889)
Durante a fase de declínio do Segundo Reinado (1865-1889), o governo de Dom Pedro II enfrentou crescentes contestações e desafios, refletindo uma era de transformações políticas e econômicas. Internamente, as críticas ao imperador aumentaram, vindas de diferentes segmentos da sociedade, incluindo republicanos, militares e intelectuais. A guerra do Paraguai, que terminou em 1870, deixou o Brasil economicamente esgotado, com altos custos humanos e financeiros. Além disso, a questão abolicionista ganhou força, pressionando o governo e dividindo a opinião pública, culminando na assinatura da Lei Áurea em 1888, que aboliu a escravidão, mas deixou a elite cafeeira insatisfeita. A economia brasileira sofreu com a estagnação agrícola e a falta de industrialização, enquanto a infraestrutura permanecia inadequada para suportar o crescimento. O regime monárquico foi gradualmente perdendo apoio, especialmente entre as forças armadas, que se ressentiam da falta de reconhecimento e das interferências políticas do imperador. O movimento republicano cresceu em força e organização, levando à Proclamação da República em 15 de novembro de 1889, quando Dom Pedro II foi deposto e exilado, encerrando assim o Segundo Reinado e dando início a um novo capítulo na história do Brasil.
POLÍTICA
A política do Segundo Reinado (1840-1889) no Brasil foi marcada por um sistema de monarquia constitucional parlamentarista, onde o imperador Dom Pedro II exercia significativa influência sobre o governo. O período foi dominado por dois partidos principais: o Partido Liberal (luzias) e o Partido Conservador (saquaremas), que, apesar de suas diferenças, ambos representavam os interesses da elite agrária e econômica. O sistema político era caracterizado pelo "parlamentarismo às avessas," no qual o imperador tinha o poder de nomear e demitir ministros, dissolver a Câmara dos Deputados e convocar novas eleições, garantindo assim sua autoridade sobre o parlamento. Durante este período, várias reformas foram implementadas, incluindo a Lei de Terras de 1850, que regulamentou a posse de terras e visava controlar a expansão territorial. A política externa também foi significativa, com o Brasil se envolvendo na Guerra do Paraguai (1864-1870), que consolidou a posição do país como uma potência regional. Internamente, o Segundo Reinado enfrentou desafios como revoltas provinciais e a crescente pressão do movimento abolicionista, que culminou na assinatura da Lei Áurea em 1888, abolindo a escravidão. A política do período também foi marcada pela modernização administrativa e pela tentativa de centralizar o poder, embora a insatisfação crescente com a monarquia e a influência militar tenham levado à Proclamação da República em 1889, encerrando o reinado de Dom Pedro II.
ERA MAUÁ
A Era Mauá foi um período significativo na história do Brasil, marcado por grandes investimentos em infraestrutura e industrialização, liderados pelo Visconde de Mauá, cujo nome verdadeiro era Irineu Evangelista de Sousa. Este período ocorreu durante o Segundo Reinado, aproximadamente entre 1850 e 1889.
Aqui estão alguns pontos importantes sobre a Era Mauá:
Industrialização: A Era Mauá é conhecida por ser um período de crescimento industrial no Brasil. Irineu Evangelista de Sousa investiu em diversas áreas, como a construção de ferrovias, estaleiros navais, iluminação a gás e transporte urbano.
Tarifa Alves Branco: Em 1844, a Tarifa Alves Branco foi implementada, aumentando os impostos sobre produtos importados e incentivando a produção interna. Isso ajudou a tornar a economia brasileira mais competitiva.
Fim do Tráfico de Escravos: Em 1850, o tráfico de escravos foi proibido, o que liberou capital para ser investido em setores industriais e comerciais.
Criação de Empresas: Durante essa época, foram criadas várias empresas e companhias, como a Companhia de Navegação a Vapor do Amazonas e a Companhia de Estradas de Ferro de Petrópolis.
Desafios e Oposição: Apesar dos avanços, a Era Mauá enfrentou oposição da elite rural escravista e dificuldades econômicas, o que eventualmente levou ao declínio do movimento industrial.
A Era Mauá foi um marco importante na tentativa de modernizar a economia brasileira e reduzir a dependência do trabalho escravo, embora tenha enfrentado muitos desafios e resistências.
ABOLIÇÃO DA ESCRAVATURA
A abolição da escravatura no Brasil foi um processo longo e complexo que culminou em 13 de maio de 1888 com a assinatura da Lei Áurea pela Princesa Isabel. Este processo começou com a proibição do tráfico de escravos da África para o Brasil pela Lei Eusébio de Queirós em 1850. Em seguida, em 1871, foi sancionada a Lei do Ventre Livre, que concedia liberdade aos filhos de escravos nascidos a partir dessa data. Em 1885, a Lei dos Sexagenários (ou Lei Saraiva-Cotegipe) foi aprovada, garantindo liberdade aos escravos com mais de 60 anos.
Lei Eusébio de Queirós (1850)
Assinante: Eusébio de Queirós
Motivação: A Lei Eusébio de Queirós foi sancionada pelo então Ministro da Justiça, Eusébio de Queirós, em 1850. A lei proibiu o tráfico de escravos da África para o Brasil, atendendo à pressão internacional, especialmente do Reino Unido, e buscando reduzir o contrabando de escravos. Este foi um passo inicial no processo de abolição da escravidão, estabelecendo as bases para as reformas subsequentes.
Lei do Ventre Livre (1871)
Assinante: Dom Pedro II
Motivação: A Lei do Ventre Livre foi sancionada pelo Imperador Dom Pedro II em 1871. A lei declarava livres todos os filhos de escravos nascidos a partir dessa data. A motivação por trás dessa lei foi a pressão crescente dos movimentos abolicionistas e a necessidade de iniciar um processo gradual de abolição da escravidão, sem causar uma ruptura abrupta na economia brasileira, que dependia fortemente do trabalho escravo.
Lei dos Sexagenários (1885)
Assinante: Visconde de Ouro Preto
Motivação: A Lei dos Sexagenários, sancionada durante o governo do Visconde de Ouro Preto em 1885, declarava livres todos os escravos com mais de 60 anos de idade. A motivação por trás dessa lei era a pressão política e social para reduzir o número de escravos e preparar o caminho para uma abolição completa da escravidão. Essa lei foi um passo importante para a abolição, pois libertou uma parcela significativa da população escrava, que já não era mais produtiva devido à idade avançada.
Essas leis foram passos importantes no caminho para a abolição total da escravidão no Brasil, culminando na Lei Áurea em 1888.
A pressão internacional, especialmente do Reino Unido, que já havia abolido a escravidão e não via com bons olhos a persistência dessa prática no Brasil, foi um fator importante. No âmbito interno, o movimento abolicionista ganhou força com a participação de figuras como Luís Gama, André Rebouças e José do Patrocínio, além de associações como a Confederação Abolicionista. A resistência dos próprios escravos, por meio de fugas, revoltas e organização de quilombos, também desempenhou um papel crucial.
Lei Áurea (1888)
Assinante: Princesa Isabel
Motivação: A Lei Áurea foi sancionada pela Princesa Isabel em 13 de maio de 1888. Esta lei aboliu definitivamente a escravidão no Brasil. A motivação para sua assinatura incluía a crescente pressão política e social, o fortalecimento do movimento abolicionista liderado por figuras como Luís Gama, André Rebouças e José do Patrocínio, além da pressão internacional, especialmente do Reino Unido. Além disso, as convicções pessoais da Princesa Isabel, influenciadas por sua formação humanitária e católica, também desempenharam um papel crucial. Assim, a Lei Áurea, assinada em 1888, pôs fim à escravidão no Brasil, embora as dificuldades para a integração dos ex-escravos na sociedade permanecessem um desafio.
GUERRA DO PARAGUAI
A Guerra do Paraguai, também conhecida como a Guerra da Tríplice Aliança, foi um conflito militar ocorrido na América do Sul entre os anos de 1864 e 1870. Envolveu quatro nações: Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai.
Causas
A guerra teve várias causas, incluindo:
- Expansão paraguaia: O ditador paraguaio Solano López tinha o desejo de expandir o território paraguaio, anexando áreas do Brasil e da Argentina.
- Navegação nos rios: O Brasil exigia a livre navegação nos rios que cortavam o Paraguai, especialmente para acessar Cuiabá.
- Situação no Uruguai: O Paraguai apoiava os blancos no Uruguai, enquanto Brasil e Argentina apoiavam os colorados.
Início da Guerra
O conflito começou em novembro de 1864, quando o Paraguai aprisionou o navio brasileiro Marquês de Olinda. Em dezembro, tropas paraguaias invadiram o Mato Grosso, e em maio de 1865, a Tríplice Aliança (Brasil, Argentina e Uruguai) foi formada para enfrentar o Paraguai.
Principais Acontecimentos
- Invasão do Mato Grosso: Em dezembro de 1864, o Paraguai invadiu o território brasileiro do Mato Grosso.
- Batalhas importantes: Houve várias batalhas significativas, incluindo a Batalha de Tuiuti (1866) e a Batalha de Curupaiti (1866).
- Morte de Solano López: O ditador paraguaio Solano López foi morto em março de 1870, marcando o fim do conflito.
Consequências
A guerra teve consequências devastadoras para o Paraguai:
Perda de território: O Paraguai perdeu uma grande parte de seu território para Brasil e Argentina.
Perda populacional: Estima-se que cerca de 300 mil pessoas morreram durante o conflito, incluindo uma grande parte da população masculina paraguaia.
Dificuldades econômicas: O Paraguai enfrentou grandes dificuldades econômicas e sociais após a guerra, que duraram décadas.
Fim da Guerra
O fim da Guerra do Paraguai foi marcado pela captura e morte de Solano López na Batalha de Cerro Corá em 1º de março de 1870, simbolizando a derrota final do Paraguai. A guerra deixou o país completamente devastado, com sua economia em ruínas e a população drasticamente reduzida. Os termos da paz foram impostos pela Tríplice Aliança, que incluiu a ocupação do território paraguaio por forças aliadas e a imposição de indenizações de guerra, agravando ainda mais a situação do Paraguai. A reconstrução do país foi um processo lento e doloroso, marcado por dificuldades econômicas e sociais que perduraram por décadas.
FIM DA MONARQUIA
O fim da monarquia no Brasil ocorreu em 15 de novembro de 1889, quando o país se tornou uma república. Esse evento é conhecido como a Proclamação da República.
No final do século XIX, o Brasil enfrentava uma série de crises políticas, econômicas e sociais que enfraqueceram a monarquia. O imperador Dom Pedro II, que havia sido uma figura estável durante grande parte de seu reinado, estava envelhecendo e sua saúde estava se deteriorando. Ao mesmo tempo, a elite agrária estava insatisfeita com a abolição da escravidão em 1888, pois muitos proprietários de escravos não receberam compensação financeira. Esses fatores, juntamente com uma economia estagnada e a ausência de um sucessor carismático, contribuíram para o descontentamento geral com a monarquia.
O movimento republicano, que vinha ganhando força ao longo dos anos, tornou-se cada vez mais influente. Intelectuais, jornalistas e políticos republicanos promoveram ativamente a ideia de que uma república traria mais liberdade e progresso para o país. Entre os militares, especialmente os de baixa e média patente, havia um crescente sentimento de insatisfação com o governo imperial, alimentado por questões como salários baixos e falta de reconhecimento. A propaganda republicana conseguiu atrair o apoio de diversas camadas da sociedade, incluindo comerciantes, profissionais liberais e até mesmo alguns membros da elite agrária.
Em 15 de novembro de 1889, um grupo de militares, liderados pelo Marechal Deodoro da Fonseca, organizou um golpe de Estado que resultou na deposição do imperador Dom Pedro II. A Proclamação da República foi realizada no Rio de Janeiro, então capital do país, sem grande resistência popular ou militar. O governo provisório, formado pelos líderes do golpe, rapidamente substituiu os símbolos e instituições monárquicas pelos republicanos. A bandeira imperial foi trocada pela bandeira republicana, e a república foi proclamada, marcando o fim de mais de seis décadas de monarquia no Brasil.
A transição para a república, embora relativamente pacífica, não foi isenta de desafios. Houve resistência de algumas facções monarquistas e conflitos pontuais, mas a república se consolidou rapidamente. Dom Pedro II e sua família foram exilados para a Europa, onde o imperador passaria os últimos anos de sua vida. A Proclamação da República significou uma ruptura decisiva na estrutura política do Brasil, que passou de uma monarquia constitucional para uma república presidencialista. No entanto, as novas lideranças enfrentaram dificuldades para estabilizar o país e implementar reformas democráticas, resultando em um período inicial de instabilidade e ajustes políticos.
Deodoro da Fonseca tornou-se o primeiro presidente do Brasil republicano, mas seu governo foi marcado por instabilidade e conflitos com o Congresso. Seu mandato foi interrompido em 1891, quando ele renunciou sob pressão, sendo sucedido por Floriano Peixoto. Este período inicial da república, conhecido como a Primeira República ou República Velha, foi caracterizado por constantes disputas políticas, reformas institucionais e a consolidação do poder das oligarquias regionais, preparando o cenário para os futuros desenvolvimentos políticos do Brasil.
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AVALIAÇÃO 12 - História do Brasil
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