Coluna de Fogo

... e de noite numa coluna de fogo para os iluminar...

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Consumo Sustentável

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Como cidadãos, imagino que os seres humanos, nos momentos em que param para elaborar leis, ou ao menos refleti-las, terminam por esbarrar em divinas orientações. Em relação ao bem estar do planeta, assunto já há algum tempo em alta, exerce-se sobretudo uma postura bíblica, ainda que imperceptivelmente por alguns. Quando Deus criou o planeta Ele já dizia de si e para si mesmo “é bom”. Por ser bom, nada mais natural e razoável que se preserve. Mais tarde, quando do tropeço do homem no Jardim do Éden (imagino um lugar belíssimo), Deus baniu o homem, mas preservou o lugar, com vigilância e tudo, como que uma reserva biológica, sabe-se lá onde, talvez próximo hoje a dois dos três rios de então. Mais tarde, quando o pecado generalizou, Deus destruiria todos os homens e animais, mas não os levaria à extinção. Preservou alguns dos homens e mulheres e casais de animais, suficientes para se lhes resguardar as espécies. Tudo isto remonta a intenção ecológica de Deus.

Já o homem parece se opor a esta ideia e consome desordenadamente os recursos e bens que lhe foram confiados. Lembre-se ainda que, no início, Deus teria dado todos os animais para serem dominados pelo homem. E o homem destrói seu próprio domínio, para que ao fim talvez não domine mais nada, como num ato de rebeldia contra o próprio criador.

Em continuidade ao Antigo Testamento, no Novo, Jesus convoca a sua Igreja, ou Ecclesia, ou os seus Chamados para Fora. Um termo previamente existente usado para uma convocação da sociedade para tratar de assuntos da própria comunidade. Uma vez tomado posse do termo, Jesus chama a sua igreja para tratar dos assuntos de seu interesse. Como representante de Deus Pai aqui na Terra, certamente que o sentimento preservador do Pai recai sobre o Filho. Em seguida, num gesto altruísta extremo, onde Jesus se despoja de toda condição divina, entrega seu próprio corpo para a preservação do próprio homem, em corpo e alma.

Não há dúvidas, sob as alegações acima apresentadas, e tantas outras que nos poderia vir à tona à luz das escrituras, que Deus preza pela preservação de sua criação e que nós, como filhos por adoção, representantes do Reino, devemos primar pelo que é bom, e o que Deus fez é bom.

Com base no Manual sobre Cidadania e Consumo Sustentável, do Governo Federal, é demonstrado que o aumento do consumo dos recursos do planeta já tem trazido consideráveis prejuízos a toda a humanidade. Como os mais afetados são os que têm menos influência para mudar, este quadro, parece, não vai mudar até que se atinja uma condição crítica, onde prejuízos efetivos atinjam os “mais poderosos”. Muitas políticas ambientais surgiram e continuarão surgindo na tentativa principal de conscientização de massas, mas os mais afetados “na consciência” são os afetados na prática: na saúde ou no bolso, e que nada, ou quase nada, podem fazer.

Por mais que a elaboração de leis, decretos e políticas ambientais sejam meras reproduções, com outras palavras, daquilo que o próprio Deus já tenha alertado, o homem continua pecador e desobediente, distante, o suficiente, de Deus para cumprir os divinos desejos para o próprio homem.

Por traz desta degradação do ambiente está o consumismo. Parece que o homem, de uma maneira geral, não tem condições de ter grandes posses, como terras, imóveis e veículos dos mais sofisticados e dos diversos meios, então tenta preencher este “vazio” com inúmeras “pequenas posses”. A compra desenfreada proporcionada pelo capitalismo aliado à tecnologia tem levado o planeta a um futuro caos, sobretudo porque a demanda não está diretamente ligada à necessidade, mas à tentativa infrutífera de substituir a frustração pela aparência: Se eu tenho uma fazenda, quase ninguém vê, mas se eu tenho um tênis, um celular, um cordão e um boné, todos veem. Este processo tem dado certo, aos olhos do que se propõe, mas tem destruído a Terra.

Um cristão, que aprende a ter o necessário, que aprende a ter uma vida simples, não pode sucumbir ao apelo do capitalismo e da megaprodução cinematográfica de suas propagandas. Já diria Paulo, o enviado de Cristo, “sei ter em abundância e sei padecer necessidade...”. Enquanto isso, respondemos a ele “não sabemos administrar a abundância dos nossos recursos, muito menos passar necessidade por aquilo que não é necessário...”.

Por vezes a sociedade parece piada (sem graça): O mercado apresenta o mesmo apelo ao consumo descomedido, mas transfere ao consumidor a responsabilidade de preservar a natureza: uma resma de folhas recicladas é mais onerosa que uma comum, e de quebra vai numa linda embalagem com desenhos da natureza.

Da mesma sorte que o consumidor, crente ou não, deve abster-se de consumir o que não precisa, sacrificando seu ego e sua aparência, o mercado deve assumir a custa de um material ecologicamente sustentável. Mas cabe a pergunta: como o capitalismo sobreviveria a este novo e consciente sistema de consumo, se é exatamente do contrário que sobrevive?

Um outro aspecto a ser analisado pela mente cristã (ou mente de Cristo) diz respeito ao vício. O consumo notoriamente se tornou uma condição viciante, onde o consumidor compra por não mais dominar seus impulsos. E, aquele a quem nos apresentamos para obedecer, desse somos servos. Se obedecemos ao consumo, somos servos do consumo. Ainda, aquele que comete pecado é escravo do pecado: o consumismo pode, assustadoramente, ser uma espécie de escravidão pecaminosa.

Por fim, além de toda a condição ambiental e preservação da natureza em jogo, consideramos que todas as coisas nos são lícitas mas nem todas nos convêm.

 

Glauco Rocha Machado
Trabalho sobre Consumo Sustentável, no Curso de Teologia da Faculdade Unida do Espírito Santo

 

 

 


 

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Centelha Diária

Gênesis 1.26

“E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; e domine sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra, e sobre todo o réptil que se move sobre a terra.”

No princípio Deus criou os céus, a terra e todas as outras coisas. É claro que isso é e sempre será um passo de fé, mas é curioso como um livro escrito a mais de 3000 anos descreve o início da vida animal nas águas, como a ciência afirma hoje. O mais natural talvez fosse imaginar a vida começando na terra, onde os homens estavam, e tinham mais contato com os seres à época. É bom lembrar que até o século XIX os cientistas acreditavam que os seres vivos eram gerados espontaneamente, um entendimento, aparentemente, mais absurdo que o do Criacionismo. Bom, tudo é uma questão de fé. Nessa fé, começamos o livro de Gênesis com a necessidade de acreditar. Deus fez todas as coisas e o homem formou de uma forma especial. Enquanto tudo Ele viu “que era bom”, o homem ele viu que era MUITO bom. O verbo “fazer” está no plural, significando que, diferente das outras criações, Deus não estava sozinho quando fez o homem. E, por fim, Deus concede que o homem domine sobre a criação.

Então, creia: Deus criou todas as coisas; eu e você somos muito importantes; e temos a responsabilidade de cuidar da criação, porque Deus mandou: “Sujeitai-a e dominai...”

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