A DIDÁTICA DO MERTHIOLATE

Ter, 15 de Novembro de 2011 19:31 André Oliveira
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por André Oliveira  

 Aluno do Seminário Teológico Betel / Advogado

Esta semana tive de fazer um trabalho para o seminário, um trabalho sobre o livro Lamentações de Jeremias, o que me fez “lamentar” bastante (hehe... foi péssima né?!). Enfim, piadinhas de mal gosto a parte, tal trabalho me levou a refletir um pouco sobre a dor. E para que você entenda o título da coluna, preciso que embarquemos na minha viagem mental. Então, uma situação recorrente de minha tenra infância acontecia sempre que eu me machucava jogando bola e chegava em casa com a “ferida” exposta: minha mãe pegava o famigerado merthiolate e passava na lesão.

Era uma dor lancinante, excruciava meus sentidos, percorrendo todas as minhas terminações nervosas, era o ápice da crueldade materna... Ih passou, rs. A sensação era essa, no momento da operação da cura, doía demais, mas após o resultado, eu agradecia pelo vidrinho vermelho.

O interessante nessa experiência é que conforme eu fui ficando mais velho (eu ia dizer maior... mas enfim... rs), eu reagia com mais naturalidade a aplicação do remédio, e até me preocupava quando não tinha, o que não quer dizer que eu tenha me tornado masoquista e gostado da dor. Não, eu continuava não gostando. Mas eu sabia que aquela dor era necessária para evitar uma dor maior, ou para corrigir um erro que eu tivesse cometido e que tivesse me causado tal ferida (chutar o chão ao invés da bola, por exemplo).

Ampliando a magnitude das feridas, deixando os joelhos ralados e tampões dos dedos perdidos, e indo para as feridas da alma, aquelas que dilaceram nosso ser, que remédio algum pode resolver. Eu não sei qual é a sua dor, a sua ferida, mas sei que em maiores proporções, da mesma forma que a minha mãe cuidava das minhas, o nosso PAI, quer cuidar das suas.

Quando a palavra fala que somos filhos de Deus, nós efetivamente o somos. E filhos quando se machucam, procuram seu Pai. Quantas vezes estamos arrebentados e procuramos esquecer a dor e o sofrimento, procurando outras coisas, mas não encaramos o Pai, porque no fundo sabemos que ele usará o merthiolate. A ferida pode ser o fim de um relacionamento, a decepção da traição de amigos, a perda de alguém importante, mas o digamos que diferente do remédio que minha mãe usava, o bálsamo de cura do Senhor não apenas trata o ferimento, como ele continua em nossos corações afim de que nos ajude nas fraquezas, console nas angústias e oriente nas decisões. O remédio de Deus para as feridas dos nossos corações chama-se Espírito Santo, o “merthiolate” de Deus.

O mais impressionante é que, de uma forma surpreendente, o Espírito Santo não apenas sara a ferida e nos ensina a não nos machucar da mesma forma, mas Ele também faz com que nós fiquemos melhores do que antes. Toda e qualquer lesão que tenhamos nos deixa efetivamente mais fracos, mas quando o Espírito Santo trata nossas feridas, ficamos incomparavelmente mais fortes.

A outra experiência é com a minha dificuldade em matemática, eu sempre fui um péssimo aluno nesta matéria (e em mais umas 10...), e a culpa sempre era do professor. Até que conheci um cara chamado Adilson, meu professor de matemática da oitava série. Era um carrasco, um monstro, um anormal, me perturbava, me “enchia o saco”, mas ele me tirou da roda de amigos que me atrapalhava nos estudos, me fez sentar na primeira cadeira e me ensinou matemática. O monstro, foi o único professor que se importou comigo, que realmente quis que eu aprendesse matemática e diante do “sofrimento” de me afastar dos meus amigos e da bagunça, eu consegui alcançar o objetivo.

Isso me leva a duas reflexões: nem sempre quem não faz o que nós queremos quer o nosso mal, às vezes é apenas alguém mais experiente e que sabe que o que dá prazer hoje, traz destruição amanhã, nas primeiras semanas eu odiava a aula do Adilson, no fim do ano até brotou uma lágrima quando soube que ele não seria meu professor no ano seguinte. E a segunda, é que não é porque eu não aprendo que o professor não esteja ensinando, eu preciso querer aprender, e fazer o que o professor manda.

Creia e confie que a despeito do tamanho do seu sofrimento e da sua dor, ela vai passar. Quando estamos no meio de uma tempestade não conseguimos enxergar fora dela, mas Deus está controlando a “tempestade” que você tem passado, e cuidado de você aí, dentro do olho do furacão, e após a tempestade, você vai olhar para trás e lembrar, que durante todo tempo, o Mestre esteve no barco. Mais do que isso, durante todo o tempo, o Mestre esteve no barco ensinando você e tratando suas feridas.

2 Coríntios 4:16-18 “Por isso não desanimamos. Embora exteriormente estejamos a desgastar-nos, interiormente estamos sendo renovados dia após dia, pois os nossos sofrimentos leves e momentâneos estão produzindo para nós uma glória eterna que pesa mais do que todos eles.”

Tiremos a tampa do sofrimento, e passemos a viver o crescimento através da dor.

Que Deus a todos abençoe, em Cristo Jesus.

Sem. André Oliveira

 

 

 
Comentários (2)
Muito obrigado pelo comentário Lídia!
2Qua, 20 de Março de 2013 18:23
Glauco
É Lídia... nós também gostamos muito desta mensagem na coluna "Tira a Tampa Seminarista". Deus tem usado o Oliveira de forma tremenda! Tenho certeza que suas mensagens, sejam no Coluna de Fogo, sejam nas igrejas, têm abençoado muita gente.
Obrigado pelos Parabéns pelo Coluna de Fogo. Este site tem sido uma ferramenta que Deus colocou em nossas mãos. Lembre de orar por nós e pelo CF também.
Grande abraço e fique na Paz.
mensagem
1Ter, 19 de Março de 2013 17:51
Lidia Melo
Gostei mto dessa msg do merthiolate. Como é importante
crermos na promessa que Ele(Jesus) "estaria conosco todos os dias..."
E nos tratando e sarando, todos os dias. Glória a Deus!
Parabéns pelo site coluna de fogo tbm. abraço.
yvComment v.1.25.3