Ao contrário do que muitos “crentes” e “teólogos” de última hora dizem, eu acho Chaves um programa bem legal. Na realidade, o programa dos saudosos Seu Madruga, Dona Clotilde e companhia tem muitas coisas a nos ensinar. Coisas que não devemos fazer e coisas que devemos fazer também.
Enquanto a novela da emissora preferida dos brasileiros (e entre estes uma significativa parcela da população “gospel”) nos mostra a vingança da empregada contra a Adriana Esteves, o lendário Seu Madruga nos ensina que “A vingança nunca é plena, mata a alma e a envenena.” ou que “As pessoas boas devem amar seus inimigos.” (me parece que seu madruga é mais crente do que muito crente...rs). Porém, o objetivo não é defender o seriado, e sim lembrar do episódio que dá o título a este “Tirando a Tampa”.
Chaves monta uma tenda onde vende um refresco que é de um sabor, parece de outro, mas no fim tem o gosto de um terceiro, e que apesar de ser saboroso a princípio, no fim gera uma “disenteria” nos consumidores, a saber, especialmente o Quico.
Por que estamos falando sobre esse episódio do Chaves? Simples, porque o “evangelho” hoje é uma grande tenda de refrescos confusos, além dos pregadores que vendem o que parece ser evangelho, tem gosto de picaretagem e é pura sem-vergonhice na “tenda da teologia da prosperidade”, mas esses “vendedores” nós já conhecemos de longa data, o que me surpreende é que agora temos a tenda musical do refresco gospel!
Hoje, no trajeto para o trabalho, estava ouvindo a boa rádio “Melodia” e então surge na programação a cantora Damares cantando sua canção “Sabor de mel”. A música começa muito bem, com verdades bíblicas, mas quando chega a uma parte específica, o gosto muda. Segue o trecho da bela (?) música:
“... quem te viu passar na prova e não te ajudou, quando ver você na benção vai se arrepender, vai estar entre a plateia e você no palco...”
Irmãos, na boa, com todo respeito, não rola. Cara, tem sabor (gosto) de mel, parece ser justiça, mas é vingança. Vingança gospel não dá. É o fim da picada.
Onde está Lucas 6:27-29? “Amem os seus inimigos, fazei bem aos que vos odeiam, bendizei, orai pelos que vos caluniam, ao que te ferir numa face, dê a outra, se levar a capa, dê a túnica também.”
Onde está João 3:30? “É necessário que ele cresça e eu diminua.”
Amados, não é nossa função querer vingança, querer se sobrepor, querer estar no palco! Quem gosta de palco é artista, cristão tem que estar debaixo da cruz! E a cruz de Cristo é um caminho de autonegação, de perdão e de misericórdia. Ao invés de comemorar triunfante a nossa ida ao palco e a permanência do outro na plateia.
Esquecemo-nos de Filipenses 2:3, “nada deve ser feito por contenda ou vanglória, devemos considerar os outros superiores a nós mesmos.” Não tenho que comemorar e tripudiar porque quem não me ajudou não chegou onde eu cheguei, eu tenho que sair do palco e deixar Jesus brilhar em mim no meio da plateia, no meio do povo, Cristo não procurou palcos ou tribunas, ele brilhava no meio do povo.
Por fim, lembrando do Chaves, o pobre Quico sofreu da disenteria. A disenteria é uma infecção do intestino grosso por ingestão de algo contaminado, que dentre os sintomas desenvolve uma forte diarreia. Talvez por estarmos ingerindo tanta coisa que parece evangelho, tem gosto de egocentrismo e no fim é heresia mesmo, temos feito tanta... enfim, acho que já deu pra entender né?!
Tiremos, pois, a tampa do refresco gospel! Que Deus nos ajude a parecer menos e ser mais.
Na gloriosa Paz de Cristo,
Sem. André Oliveira
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