Coluna de Fogo

Essa aqui vai para os meus amigos agentes de defesa civil, entusiastas do assunto e curiosos de plantão. Acho até um bom tópico quebra-gelo para abertura de uma boa aula ou instrução sobre proteção e defesa civil.

Gosto muito de ler sobre astronomia (porque "Os céus manifestam a glória de Deus..."; Salmos 19.1) e lendo o livro Cosmos, de Carl Sagan (considerado um dos 100 livros que moldaram os EUA), me deparei com um fato bem interessante sobre a palavra "Desastre". Sua origem está na astrologia (criticada pela astronomia), cujo significado é "estrela ruim". Observe que tanto desastre, de origem latina, quanto catástrofe, de origem grega, possuem os devidos radicais para "astro" ou "estrela". Os povos antigos acreditavam que acontecimentos catastróficos estariam ligados ao suposto alinhamento de determinados astros nos céus.

Apesar da curiosa origem e formação da palavra "desastre", ledo engano dos nossos antepassados nesta construção etmológica e morfológica. No entendimento atual, não existem desastres naturais porque, de uma forma ou de outra, há a participação do homem no desastre (uma discussão para cursos e especialistas). Tampouco há desastres "astrológicos", supostamente oriundos de um alinhamento ruim entre astros e constelações, visto a impossibilidade de influências nos fenômenos naturais da Terra e na má administração humana em desfavor do planeta. No máximo, um astro teria influência direta sobre a terra, como a Lua alterando as marés, o Sol mandando raios ou Júpiter nos protegendo de asteróides. Mas o alinhamento destes e outros astros com as mui distantes (e desalinhadas) constelações, não são capazes de produzir as catástrofes que estamos acostumados a ver.

Concluindo, sim, o desastre foi tomado pela astrologia no passado, e hoje a ciência o toma de volta, entendendo e buscando entedimentos sobre suas origens e processos e, ainda, capacitando o homem nas ações de proteção e defesa civil, a saber: prevenção, preparação, mitigação, resposta e recuperação.

Glauco Machado