Coluna de Fogo

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BEBIDA ALCOÓLICA NA IGREJA... AQUI NÃO

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O título deste ensaio parece algo cômico. Trata-se de uma forma que tenho utilizado para orientar as ovelhas da PIB Jardim Novo Realengo e mostrar perigos que nos rodeiam, que, na maioria das vezes, surgem de forma sutil e camuflada no meio do povo de Deus, trazendo confusão, blasfêmia, escândalo, etc.
Na história da humanidade, possuímos numerosos registros que evidenciam o uso de drogas no cotidiano. 1 Na antiguidade, as drogas já eram utilizadas em cerimônias e rituais para se obter prazer, diversão e experiências místicas. Os indígenas utilizavam as bebidas fermentadas – álcool em rituais sagrados – e/ou em festividades sociais. Os egípcios usavam o vinho e a cerveja para o tratamento de uma série de doenças, como meio para amenizar a dor e como abortivos. O ópio era utilizado pelos gregos e árabes para fins medicinais, para alívio da dor e tranquilizante. O cogumelo era considerado sagrado por certas tribos de índios do México, que o usavam em seus rituais religiosos, induzindo às alucinações. Os gregos e romanos usavam o álcool em festividades sociais e religiosas. Hodiernamente, o vinho é utilizado em cerimônias católicas, protestantes, judaicas e em outras práticas religiosas.
Segundo McRae, foi somente no final do século XIX e inicio do século XX,2 com a aceleração dos processos de urbanização e industrialização e com a implantação de uma nova ordem médica, que o uso e abuso de vários tipos de drogas passaram a ser problematizados. Assim, seu controle passou da esfera religiosa para a da biomedicina. Por isso, tratar do assunto supracitado abordando apenas aspectos históricos e/ou culturais é perigoso, tendo em vista a relevância do contexto contemporâneo.
É considerada bebida alcoólica aquela que contiver meio grau Gay-lussac (quantidades em mililitros de álcool absoluto contida em cada cem mililitros de mistura hidroalcoólica) ou mais, da concentração, incluindo-se aí bebidas destiladas, fermentadas e outras preparações, como a mistura de refrigerantes e destilados, além de preparações farmacêuticas que contenham teor alcoólico igual ou acima de meio grau Lussac.3 O álcool é a droga lícita mais consumida no país,provocando danos sociais à saúde. Estudos nacionais e internacionais têm demonstrado a ocorrência significativa de mortes e doenças associadas ao uso abusivo de álcool, sendo o alcoolismo a terceira causa de mortalidade e morbidade no mundo, segundo a organização Mundial de Saúde.
Seguem, abaixo, informações extraídas do Observatório Brasileiro de Informações sobre Drogas (OBIT) que nos trazem uma orientação mais precisa sobre o consumo do álcool.
MECANISMO DE AÇÃO4
Apesar do desconhecimento por parte da maioria das pessoas, o álcool também é considerado uma droga psicotrópica, pois atua no sistema nervoso central, provocando mudança no comportamento de quem o consome, além de ter potencial para desenvolver dependência.
O álcool é uma das poucas drogas psicotrópicas que tem seu consumo admitido e até incentivado pela sociedade. Esse é um dos motivos pelos quais ele é encarado de forma diferenciada, quando comparado com as demais drogas. Apesar de sua ampla aceitação social, o consumo de bebidas alcoólicas, quando excessivo, passa a ser um problema.
Além dos inúmeros acidentes de trânsito e da violência associada a episódios de embriaguez, o consumo de álcool, a longo prazo, dependendo da dose, frequência e circunstâncias, pode provocar um quadro de dependência conhecido como alcoolismo. Dessa forma, o consumo inadequado do álcool é um importante problema de saúde pública, especialmente, nas sociedades ocidentais, acarretando custos para a sociedade e envolvendo questões médicas, psicológicas, profissionais e familiares.
EFEITOS NO ORGANISMO
A ingestão de álcool provoca diversos efeitos, que aparecem em duas fases distintas: uma estimulante e outra depressora. Nos primeiros momentos após a ingestão de álcool, podem aparecer os efeitos estimulantes: euforia, desinibição e loquacidade (maior facilidade para falar). Com o passar do tempo, começam a surgir os efeitos depressores: falta de coordenação motora, descontrole e sono. Quando o consumo é muito exagerado, o efeito depressor fica exacerbado, podendo até mesmo provocar o estado de coma.
Os efeitos do álcool variam de intensidade de acordo com as características pessoais. Por exemplo, uma pessoa acostumada a consumir bebidas alcoólicas sentirá os efeitos do álcool com menor intensidade, quando comparada a outra que não está acostumada a beber. Outro exemplo está relacionado à estrutura física: a pessoa com estrutura física de grande porte terá maior resistência aos efeitos do álcool.
O consumo de bebidas alcoólicas também pode desencadear alguns efeitos desagradáveis, como enrubescimento da face, dor de cabeça e mal-estar geral. Esses efeitos são mais intensos para algumas pessoas cujo organismo tem dificuldade de metabolizar o álcool. Os orientais, em geral, têm maior probabilidade de sentir esses efeitos.
CONSEQUÊNCIAS NEGATIVAS
Os indivíduos dependentes do álcool podem desenvolver várias doenças. As mais frequentes são as relacionadas ao fígado (esteatose hepática, hepatite alcoólica e cirrose). Também são frequentes os problemas do aparelho digestivo (gastrite, síndrome de má absorção e pancreatite) e do sistema cardiovascular (hipertensão e problemas cardíacos). Há, ainda, casos de polineurite alcoólica, caracterizada por dor, formigamento e cãibras nos membros inferiores.
O americano Benjamin Rush,5 cientista do século XIX, considerava que o “beber começa como num ato de liberdade caminha para o hábito e afunda na necessidade”. O Álcool induz à tolerância (necessidade de quantidades progressivamente maiores da substância para se produzir o mesmo efeito desejado ou intoxicação) e a síndrome de abstinência (sintomas desagradáveis que ocorrem com a redução ou com a interrupção do consumo da substância).6 Por isso, o consumo da bebida alcoólica, mesmo de forma social, pode trazer sérias consequências para a vida do individuo. É claro que existem aqueles que conseguem manter certo padrão de consumo e conviver de forma moderada. Todavia, um grupo expressivo, ou seja, a grande maioria, não consegue viver com esta realidade, os resultados do dia-a-dia têm demonstrado este fato.
Para não ficar apenas em dados ou ainda em estatísticas, faço uso das Escrituras Sagradas para fundamentar minhas considerações. Em 2Coríntios 6.3, Paulo diz: “Não dando nós escândalo em coisa alguma, para que o nosso ministério não seja censurado”.7 A palavra “escândalo”, neste texto, é a tradução de proskope, ou seja, “algo que conduz outros ao erro ou ao pecado”.8 Penso que o cristão contemporâneo deve repensar este fato e percebe que aquilo que estamos tratando é muito mais do que “usos e costumes”. Trata-se de um problema de saúde pública. Não podemos manter uma postura indiferente diante dos fatos. Precisamos nos posicionar contra este hábito, que tem levado destruição há vida de muitos. Meu conselho para você: Se beber... não beba mais, pois o uso continuo pode trazer sérias consequências para você e para sua família.

Leonardo Mathias, pastor.

Primeira Igreja Batista em Jardim Novo Realengo

1 Droga, segundo a definição da Organização Mundial de Saúde (OMS), é “qualquer substância não produzida pelo organismo que tem a propriedade de atuar sobre um ou mais de seus sistemas, produzindo alterações em seu funcionamento”.

2 Edward MacRae, doutor em antropologia, é professor adjunto da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da Ufba e pesquisador associado do Centro de Estudos e Terapia do Abuso de Drogas – CETAD/UFBa.

3 Política Nacional sobre álcool, aprovada através do Decreto Presidencial de nº 6.117 de 22 de Maio de 2007.

4 OBSERVATÓRIO BRASILEIRO DE INFORMAÇÕES SOBRE DROGAS. Informações sobre drogas. Tipos de drogas. Álcool, s.d. Disponível em: <http://www.obid.senad.gov.br/portais/OBID/index.php>. Acesso em: 06 de março de 2012.

5 Médico, abolicionista e ativista político e social norte-americano, que nasceu a 24 de dezembro de 1745, em Byberry, na Pensilvânia, e faleceu a 19 de abril de 1813, na Filadélfia.

6 Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas – SENAD. Prevenção ao uso indevido de drogas: Capacitação para Conselheiros e Lideranças Comunitárias. 2. Ed. Brasília: [s. e.], 2010, p. 17.

7 SHEDD, Russell P. Bíblia Vida Nova. São Paulo: Vida Nova, 2001, p. 1636.

8 VINE, W. E. UNGLER, M. F. WHITE, W. Dicionário Vine. Rio de Janeiro: CPAD, 2002, p. 607.

 
Comentários (1)
Excelente texto Pr. Leonardo
1Qua, 25 de Junho de 2014 20:31
Pr. Anderson Pruchó

Muito bom, pastor! Os cristãos têm que estar cientes de que tudo é lícito, mas nem tudo convém. I Corintios 6.12.

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Centelha Diária

2 Samuel 7.1-2

"Ora, estando o rei Davi em sua casa e tendo-lhe dado o Senhor descanso de todos os seus inimigos em redor, disse ele ao profeta Natã: Eis que eu moro numa casa de cedro, enquanto que a arca de Deus dentro de uma tenda."

No texto, Deus havia pacificado o reino, e neste período de tranquilidade, no auge da ociosidade, "deu na telha" de Davi construir uma casa para Deus. O rei "leva um fora" do Criador do tipo: "Eu pedi para alguém fazer uma casa pra mim?!". Precisamos, sim, sonhar com momentos de paz e desejar que a crise e as dificuldades terminem, isto é natural do homem; mas sabedores que, quando tudo passar (se é que passará), fatalmente entraremos num período improdutivo, sem vitórias, inventando o desnecessário. Aproveite a crise, é neste momento que somos mais dependentes e sensíveis em reconhecer a vontade de Deus. Nos momentos de dificuldades que realizamos as maiores proezas e Deus realiza os maiores milagres.


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